Capítulo 13
Segurando Iris pela mão, consegui voltar para a academia.
Iris ainda tinha um ferimento no ombro, causado pela lâmina que a atingiu.
No entanto, parecia que o veneno já havia perdido o efeito.
Agora, a prioridade era levá-la ao escritório de recepção.
“Antes de tudo, que bom que você está segura, Iris.”
“Sim… se você não tivesse vindo, eu não sei o que teria acontecido comigo, professor.”
Iris respondeu enquanto abaixava o rosto.
A verdade é que eu não sei quem teria vencido se Iris tivesse realmente lutado contra Azuma.
Além de ter sido atacada de surpresa, ela ainda carece de algo — Experiência.
Não importa o quão forte alguém seja, no fim das contas, é isso que decide uma batalha.
Ela ainda não participou de muitos confrontos 1 contra 1.
Ser capaz ou não de lidar com uma emboscada… tudo isso depende da experiência.
“Sr. Schweiss, eu gostaria de confirmar uma coisa.”
“O quê?”
“Bem… eu… eu consegui te pegar, certo?”
Iris parecia extremamente hesitante ao dizer isso.
Mesmo depois de tudo o que aconteceu, o que ela queria confirmar era se tinha cumprido os requisitos que eu estabeleci.
No fim das contas, ela de fato me capturou dentro do limite de tempo — embora em circunstâncias completamente diferentes das esperadas.
Eu soltei um pequeno suspiro e ri.
“Antes de mais nada, explique o que aconteceu agora há pouco. Você foi caçada, não foi?”
“É… eu sei.”
“Bom, se você entende isso, então faz mesmo diferença saber se me capturou ou não?”
“Pra mim… faz diferença.”
“Você quer tanto lutar comigo assim?”
Perguntei mais uma vez.
Se ela conseguisse me capturar, eu lutaria com ela. Esse foi o acordo.
No meio do caminho, acabei esquecendo disso porque precisei salvá-la dos assassinos.
Mas ninguém na classe inteira dela consegue acompanhar os movimentos da minha espada.
A diferença entre nós é gritante — algo que eu queria deixar claro.
Ainda assim, essa garota insiste em lutar comigo depois de tudo o que ouviu.
“Sim.”
“Entendo. Bem, parece que você realmente cumpriu os requisitos.”
“Você está dizendo que…~!”
“Mas antes disso, pode me explicar por que você quer tanto lutar comigo?”
“O motivo?”
“Sim, o motivo. Quero dizer, você é a Princesa Espadachim desta escola, e eu sou seu professor. Mesmo que eu tenha assumido essa posição recentemente, isso não deveria mudar nada.
Então eu gostaria de entender por que eu, como professor, deveria lutar com você, uma aluna, com força total.”
Minhas palavras fizeram o pensamento de Iris divagar por um instante.
Porém, após um breve silêncio, ela ergueu o rosto com uma expressão séria e disse:
“A verdade é que… eu não cresci muito desde que começaram a me chamar de ‘Princesa Espadachim’. Eles ainda me elogiam com esse título, mas…”
“Você não está ficando mais forte?”
“Não… eu não estou. E então você apareceu, Sr. Schweiss. O professor-criança, que é mais forte do que eu. A batalha de demonstração que tivemos… foi a primeira vez que senti que realmente perdi.”
“É por isso que eu preciso lutar com você de verdade.”
“Entendi.”
Finalmente compreendi por que Iris queria tanto me desafiar.
Ela não estava avançando. E então foi derrotada por alguém mais novo do que ela.
Para crescer, ela precisa lutar contra alguém mais forte.
É uma forma válida de pensar.
Eu mesmo sei o que é parar de evoluir por não encontrar ninguém superior a mim.
Isso não tinha nada a ver com ela ter sido caçada.
Ela buscava força — força para superar a si mesma.
(Se eu olhar por esse lado, mostrar a ela como eu lutava antes pode ter tido o efeito oposto.)
Se ela lutasse comigo, poderia dar um salto enorme.
Mas Iris ainda está crescendo.
E por isso, falta experiência real de combate. Talvez, justamente por isso, seja valioso para ela enfrentar alguém do meu nível.
Agora eu tinha duas escolhas:
Ajudar — ou não ajudar.
(Se eu ajudar ela a crescer agora, meu trabalho pode até ficar mais fácil…)
Mas otimismo assim nem sempre se aplica.
Se ela não estivesse sendo alvo, seria mais simples.
Mas sozinha… os assassinos podem voltar.
Se eu tivesse chegado dois dias mais tarde, ela talvez nem estivesse mais aqui…
Numa situação dessas, posso ajudá-la tanto como guarda quanto como professor.
(Parece que eu tenho muito o que fazer, hein…)
É complicado. Mas fazê-la ficar mais forte está alinhado com meu dever como professor.
E se ela ficar forte o suficiente, não vai mais precisar de guarda… o que significaria o fim do meu trabalho.
E se eu disser que um cavaleiro veio protegê-la, ela pode contar isso à Ordem.
Aí Remyl, o capitão, provavelmente diria que não precisam de um professor para isso.
Seria melhor manter esse assunto em segredo.
“Sr. Schweiss?”
Eu estava tão imerso nos meus pensamentos que nem percebi que Iris me olhava preocupada.
Ela não quer ser protegida por mim.
Ela quer ser forte o suficiente para se proteger sozinha.
E eu não posso dizer que isso está errado.
Seria o ideal, na verdade.
(Para que isso aconteça, eu preciso fazer apenas uma coisa…)
“…Tá certo.”
“Você vai lutar comigo?!~”
“Não, desculpe. Não é exatamente isso. Eu tive uma ideia mais eficiente.”
“Mais… eficiente?”
“Sim. Veja bem, como professor, eu não posso te dar tratamento especial.
Mas posso dar o tratamento mais especial de todos: Eu vou treinar você.”
Depois de muito pensar, cheguei a isso — a melhor maneira de proteger Iris é me aproximar dela.
E como guarda, ficar perto dela é o trabalho mais simples que eu poderia ter.
Embora eu não esperasse que as coisas chegassem a esse ponto.
Ao ouvir isso, seu rosto ficou corado e ela sorriu de forma radiante.
“Sim. Me ensine, mestre.”
Dizendo isso, ela se curvou.
Em apenas dois dias como professor… eu agora também me tornei mestre de alguém.
