Capítulo 15


Em uma região do Reino de Washir — em Fenkor — encontram-se as ruínas de uma igreja.

Muitos diziam que ela acabaria sendo demolida. Mesmo antigamente já se comentava que a construção estava ultrapassada.

Mas havia também aqueles que desejavam restaurá-la ao seu esplendor original.

Por ser frequentemente utilizada por viajantes sem dinheiro, desta vez ela servia de abrigo para quatro figuras suspeitas.


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“Então Azuma morreu, hein?” — murmurou um dos homens, cutucando o solo com a espada ainda na bainha.

Mesmo sentado, era evidente que ele era enorme.

“Hooo, isso é bem ruim, hein. Ele disse que só ia verificar o poder da Princesa Espadachim.

Mas acabou morrendo no processo.”

Diante disso, um jovem soltou uma gargalhada alta.

Ele batia a mão na própria perna como se aquilo fosse a coisa mais divertida do mundo.

Ao lado dele, uma figura encapuzada tremia.

“E qual é o seu problema, afinal? Você simplesmente fugiu do campo de batalha? Que belo assassino você é, hein?

Que tal morrer aqui mesmo?”

“...Hya”

“Pare com isso.”

A voz que o interrompeu era a de uma jovem mulher — claramente deslocada naquele ambiente.

Ela se levantou e ficou entre o jovem e o homem encapuzado, como se o protegesse.

“Evite mortes desnecessárias.”

“Pff — tanto faz. Como se existisse algo como ‘morte desnecessária’.”

“Você sabe o que pediram para você fazer. Agora vá.”

“U-huh.”

Seguindo a ordem dela, o homem encapuzado começou a sair — mas no instante em que colocou o pé para fora, ouviu-se o som de metal. Sua cabeça voou.

Logo depois, a lâmina prateada retornou à mão do assassino que a lançou.

“Qual o problema? Não é como se ele fosse útil para nós agora. O maior valor que ele tinha era morrendo.

Além disso, eu sou um dos assassinos devidamente contratados, sabe? Então não preciso ouvir tudo o que você diz.”

“Seu…!”

A atmosfera mudou de repente.

Parecia que os dois iniciariam um combate a qualquer momento.

Ambos seguraram suas espadas — mas então…


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“Certo, isso basta. Vamos lutar como companheiros, né?”

Zu—n!

Um som pesado ecoou pelo local.

O homem esmagou o chão com a bainha da espada.

Além do estrondo, o impacto fez o prédio inteiro tremer.

Com isso, o jovem assassino e a mulher de voz suave desistiram de lutar.


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“Companheiros, é? Não estamos nem perto disso. Matamos uns aos outros quando nos encontramos — é esse o tipo de relação que esse grupo tem.”

“E é exatamente por isso que viemos juntos. Para lutar num campo de batalha. Eu também sou um dos quatro enviados aqui para esse trabalho.”

“É… não tem jeito mesmo. Nós nem pensamos em agir juntos.”

“Verdade… mas e daí? Quer ir sozinho como Azuma?”

O garoto respondeu com um aceno.

“O que temos que fazer não mudou. Todos temos a mesma responsabilidade: matar a Princesa Espadachim. Quem vai assumir a próxima luta?”

“Nosso adversário não é a princesa, certo?”

“Não. Segundo o relatório, quem matou Azuma foi uma criança. E além disso, matou os outros três também.”

“Uma criança? Azuma perdeu para uma criança? Ah, isso é simplesmente fan-tás-ti-co. Então esse era o nível dele, hein. Bom, eu tomo a próxima luta. Vou matar esse pirralho.”

“Certo, mas antes disso, você precisa cuidar de algo.”

O grandalhão se levantou ao dizer isso.

O garoto e a mulher também se levantaram e observaram a área ao redor.


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“Parece que nos encontraram, hein?”

Um jovem trajando armadura apareceu diante deles.

Ele sacou sua espada — que brilhava em azul, como seus cabelos.

Logo depois, vários cavaleiros emergiram ao redor do grupo de assassinos.

Era a formação militar encarregada de rastrear os membros do Clã dos Espadachins.


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“Bell Trusou, a Lâmina Azul, presumo?”

“Oh, vocês me conhecem? Isso facilita as coisas. Mas vocês, marginais, reunidos num lugar como este…

Não são muito difíceis de encontrar, sabem. Não resistam, e eu não precisarei matar vocês.”

“Não vai matar, ele diz. HAHAHA. Você é engraçado, garoto. Ei, posso ficar com esse aqui?”

“Nananão, você acabou de dizer que vai matar a princesa. Este aqui… este é meu.”

“Tendo esse tipo de conversa bem na minha frente? Não me subestimem.”

“Não estamos subestimando ninguém. Esse é só o nosso jeito.”

“Ah… claro.”

A mulher de voz suave foi quem respondeu, mas logo o som de aço ecoou.

Bell surgiu atrás deles num golpe só.

Ninguém percebeu sua aproximação — e então tudo começou a desmoronar.


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“Qu—!”

Bell ficou chocado.

A mulher puxou “A espada sem lâmina” de sua bainha.

Ele olhou para a arma… mas não conseguiu desviar.

O sangue jorrou de sua perna e ombro como se tivesse sido cortado.

Os ferimentos não eram profundos — mas os outros cavaleiros foram muito mais atingidos.

Mais de dez cavaleiros acompanharam Bell até ali, e nenhum deles permaneceu de pé.

Como se tivesse pintado a igreja de vermelho, sangue espirrou por todas as paredes.


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“Ei! Você disse nada de mortes inúteis!”

“Não, não… isso é diferente. Isso não é inútil.”

“Pff. Bom, então estou indo.”

“E-ei, espera~!”

Bell correu atrás do jovem assassino que se afastava.

Mas quem o bloqueou foi o homem enorme.


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“Você está no meu caminho.”

Bell encarou o gigante e avançou com sua espada.

Sua técnica [Lâmina Azul Relâmpago] era rápida e bela.

Com uma técnica assim, era óbvio que ele estava acima da maioria dos cavaleiros do reino.

Porém—


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“Lento demais.”

A voz do gigante ecoou.

E então duas lâminas se chocaram.


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Na manhã seguinte, a velha igreja estava tomada por 11 corpos.

Um deles era o assassino decapitado.
Os outros eram cavaleiros — incluindo Bell Trusou, a Lâmina Azul.


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